Leitura - Mulheres que inspiram - Carolina Maria de Jesus

 

“Escrevo a miséria e a vida infausta dos favelados. Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade.”



   Carolina Maria de Jesus nasceu em 14 de março de 1914, na cidade de Sacramento, Minas Gerais. Seus avós foram vítimas da escravidão e sua mãe era uma humilde lavadeira, mãe de mais 7 filhos.  Ela frequentou a escola por dois anos, o suficiente para ser alfabetizada e tomar gosto pela leitura.

         Após a morte de sua mãe, em 1937, Carolina mudou-se para São Paulo e foi trabalhar como empregada doméstica. Mais tarde, ela passou a residir na favela do Canindé e sua pouca renda provinha da venda de materiais recicláveis que ela catava pelas ruas da cidade.

     Curiosa e inteligente, ela aproveitava todos os livros que chegavam até ela. Logo, passou também a escrever, mantendo um diário no qual contava seu cotidiano, dificuldades, desejos e reflexões sobre a vida em uma comunidade pobre. 

        Em meados de 1950, ela conheceu o jornalista Audálio Dantas que, na ocasião, estava fazendo uma reportagem sobre a favela do Canindé. Quando ele descobriu que Carolina escrevia um diário, interessou-se por sua história e a ajudou a publicá-lo.  Assim, nasceu seu primeiro livro - Quarto de despejo: diário de uma favelada. A obra fez muito sucesso: foi vendido em 40 países e traduzido para 16 idiomas. 

Após a publicação e o sucesso do primeiro livro, a autora se mudou para Santana, bairro de classe média da capital. Três anos depois, publicou o romance Pedaços de Fome e o livro Provérbios. Em 1969, saiu de Santana para Parelheiros, uma região que lembrava a cidade onde ela cresceu.

Em 1971, a escritora participou do documentário Favela: a vida na pobreza, que relatava sua vida. Esse filme passou na Alemanha, mas no Brasil foi censurado pela Ditadura Militar.

Apesar de ter saído da pobreza, Carolina não conseguiu manter o dinheiro que ganhou e, no final da vida, passou por dificuldades financeiras. Ela faleceu em 13 de fevereiro de 1977, aos 62 anos, devido a uma insuficiência respiratória. 

Sem dúvida, a surpreendente história de Carolina Maria de Jesus atraiu a atenção de muitas pessoas. O compositor B. Lobo, autor da famosa marchinha de Carnaval “Abre alas”, escreveu a letra de um samba que tem o mesmo título do livro, ”Quarto de despejo”. Sua escrita corajosa e verdadeira foi um poderoso instrumento de mudança e, por isso, Carolina é uma grande inspiração para nós!

Texto adaptado da publicação disponível em: https://www.culturagenial.com/carolina-maria-de-jesus-vida-e-obra/


INFORMAÇÕES GERAIS: parágrafos 1, 2 e 3.

ACONTECIMENTOS RELEVANTES: parágrafos 4, 5,6.

FECHAMENTO ( influências, contribuições): parágrafos 7 e 8.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Trecho do filme O primeiro da classe

Tempestade de ideias - Palavras e termos explicados